Resumen
Alguns fatores influenciam no dano ao nervo dentário inferior quando da remoção cirúrgica do terceiro molar, sendo a posição do dente e sua íntima relação com o canal mandibular os de maior relevância na avaliação précirúrgica. Assim, se faz importante que o cirurgião tenha o conhecimento prévio da anatomia da região e a precisa localização do canal mandibular, contemplando os dois planos, vertical e horizontal. Este estudo teve como objetivo analisar a localização topográfica vestíbulo-lingual do canal mandibular em relação ao terceiro molar inferior por meio da incidência lateral oblíqua de mandíbula e suas variações, além de mensurar possíveis distorções dessa técnica. Foram selecionadas vinte e quatro mandíbulas secas que continham ao menos um terceiro molar, nestas foram realizadas duas tomadas radiográficas laterais oblíquas de mandíbula, variando a angulagem vertical em 30 graus (0 e -30). Um examinador treinado e calibrado realizou as mensurações em todas as radiografias. As mesmas foram realizadas do teto do canal mandibular até o ponto mais apical do terceiro molar, com paquímetro digital em negatoscópio com máscara. Baseado na análise das duas medições (0 e -30 graus) para cada caso estudado, e levando em consideração a regra do objeto bucal, o examinador estimou o posicionamento do canal mandibular, sendo: lingual, central ou vestibular em relação ao terceiro molar respectivo. Posteriormente, os resultados foram comparados com os achados pela tomografia computadorizada (padrão-ouro). A análise estatística foi realizada por meio dos testes de sensibilidade, especificidade e acurácia. Os resultados mostraram que a técnica lateral oblíqua de mandíbula, associada a sua variação com -30 graus, foi capaz de estabelecer a posição vestíbulo-lingual do canal mandibular em relação ao terceiro molar. Além disso, quantificou-se a magnificação da imagem na técnica lateral oblíqua, considerando-se a mesma aceitável para o propósito do estudo. (AU)